2010 chega ao final com sentimento de muita coisa boa! Foi um ano onde busquei, pesquisei, adquiri, realizei.. As mudanças necessárias para que eu pudesse sentir o que realmente venha me fazer feliz em vários sentidos.. A pressa é a inimiga da perfeição, como diz o ditado, porém, precisamos buscar sempre, nos aperfeiçoar e corrermos atrás do que queremos, com força, coragem, gana, mas acima de tudo, sermos pacientes para que as coisas aconteçam na hora certa! Ganhamos, perdemos.. mas a vida ensina. Plantamos o amor e colhemos o melhor.. somente com amor por nós mesmos, pelas nossas coisas, pela nossa família e por todos aqueles que nos desejam de coração que sejamos pessoas realizadas e felizes, conseguimos chegar onde almejamos. Olhar pra dentro de nós e cultivar os melhores sentimentos, sempre!
Martha Medeiros escreve sua coluna semanal no jornal Zero Hora, aqui do RS, com a singeleza e com a peculiaridade de suas palavras. E encerro o blog nesse ano com um texto dela, onde nos fala sobre a pressa, a busca, a paciência, a correria do dia-a-dia. A importância de buscarmos, mas também de olharmos pra dentro de nós, e não perdermos mais tempo com coisas desnecessárias, coisas que não nos façam felizes. Não perdermos tempo com o que acaba nos fazendo perder tempo.
2011.. Ano de coisas grandes, de coisas boas.. assim como 2010 foi pra mim e creio que pra muitos!
O que valoriza nossas ações não é a ansiedade: é a entrega.
O ano passado passou tão apressado/eu sei que foi um corre-corre-corre danado.... E pensar que Rita Lee gravou esta música, Corre-Corre, há 30 anos, quando nem corríamos tanto assim. Ou será que esta impressão de vivermos com pressa vem desde sempre?
Tudo do que reclamamos hoje já foi reclamado um século atrás, e não duvido que daqui a cem anos as pessoas digam: “No início dos anos 2000 a vida era tranquila, não havia esta urgência de hoje”.
Eu não sei quais serão as urgências futuras, mas conheço bem as nossas. Temos relógios digitais espalhados pela cidade nos lembrando que faltam 10 minutos para a reunião começar, sete minutos para o banco fechar, dois minutos para a aula do seu caçula terminar: o que você ainda faz aí, no meio da rua? Corra.
Se não são os relógios, são os espelhos. Impiedosos, avisam: você não tem mais 15 anos. Nem 20. Nem 30. Se quiser ter um filho, apresse-se. Não importa que ainda não tenha encontrado um amor estável, arranje qualquer pessoa, mas, simplesmente, apresse-se.
E o espelho segue avisando: você não tem mais 35. Nem 40. Nem 45. O futuro está encolhendo a sua frente. O que está fazendo aí parado no mesmo casamento, parado no mesmo emprego, parado em frente à tevê? Reparou como todo mundo se diverte lá fora? Não sabe que vai morrer um dia?
Sim, sabemos que não somos eternos. Os telejornais não fazem outra coisa a não ser nos lembrar disso, mostrando cenas sortidas de violência e cultivando nosso medo dia após dia. Ou então são os manuais de auto-ajuda e matérias de revistas que ordenam: aproveite o momento, aproveite a vida! E aproveitar a vida passou a ser sinônimo de algo que tem que ser feito emergencialmente, ou você estará jogando a vida fora.
Calma.
Nem sempre é rentável esta economia de tempo: chegar mais rápido, fazer mais rápido, consumir mais rápido. O que sobra em nossas mãos? Coisa nenhuma. Nem mesmo a lembrança do que foi realizado, só uma vaga sensação do dever cumprido, como se fôssemos soldados a serviço do calendário.
O que valoriza nossas ações não é a ansiedade: é a entrega. E entrega requer um certo relaxamento. Tempo para falar, para ouvir, para fazer, para desfazer, e fazer de novo, até acertar. Tempo para si, para o outro e para o nada.
Fazer nada virou a tarefa mais angustiante para o ser humano esquizofrênico de hoje. Não é à toa que há um bom número de pessoas que prefere não tirar férias: como preencher um dia livre? Nesta cultura atual do “não desperdício”, pobre daquele que deitar o corpo no sofá, colocar uma música para tocar e desligar o telefone. Terá que se entender com a culpa.
Dedicação, cuidado, foco, tudo isso demanda uma certa introspecção. Um pouco de resguardo. Conectar-se com os próprios pensamentos e emoções é exercício dos mais produtivos. É quando a gente, em silêncio, encontra as respostas para nossas inquietações e descobre os melhores caminhos para atingir nossos objetivos.
Pressa exige atenção para o lado de fora, apenas. E o lado de dentro? Neste corre-corre danado, talvez o que mais estejamos fazendo é justamente perder tempo.